"SOMOS MAIS QUE UMA IMAGEM,SOMOS DISCíPULOS DO SABER" (Mário Souza Atsayuki)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

FLORBELA ESPANCA

Biografia de Florbela Espanca


Florbela de Alma da Conceição Espanca nasceu em Vila Viçosa ,Alentejo,Portugal, em 1894, filha de Antônia da Conceição Lobo e de João Maria Espanca. João Maria era casado com Maria Toscano, mas, como deste casamento não houvesse filhos, o Espanca estabeleceu uma relação com Antônia e dessa relação nasceram dois filhos: Florbela e Apeles.Florbela cursa o secundários em Évora. Casa-se e seu casamento é malogrado. Infeliz, vai para Lisboa com a finalidade de cursar Direito. Casa-se e novamente é infeliz, retirando-se da sociedade, mas continuando a compor. Recolhe-se em Matosinhos, agora estimulada pela esperança de um relacionamento conjugal feliz.Mas, por seus versos, notam-se sinais de exaustão, de desilusão e de um processo de depressão. Morre, na noite de 7 para 8 de dezembro de 1930, vítima, do efeito de barbitúricos, não se sabendo jamais se por suicídio ou por acidente, pela ingestão de dose excessiva. Considerada como a figura feminina mais importante da Literatura Portuguesa, Florbela Espanca deixou poesias de uma sensibilidade exacerbada, repletas de um erotismo confessional, que deixa transparecer tendências e sentimentos opostos, flagrados como se em um diário íntimo. Segue nas pegadas dos grandes sonetistas da Língua Portuguesa, como Camões, Bocage, Antero, embora difira deles, em muitos pontos, principalmente por ser mulher, e abordar apenas o Amor, não fala sobre o amor, mas do amor, de maneira espontânea, destravada, como seiva que brota pura dos recônditos da imaginação, sem as coerções da moda ou das conveniências literárias, o que levou muitos críticos a falarem de sua obra como repleta de "donjuanismo", pelo sensualismo que desconhece grilhões, desprovido de falsos moralismos, cálido, franco, superando hipocrisias e convenções pequeno-burguesas. Sensibilidade e imaginação são os pontos altos de seus momentos de criação, na melhor expressão literária, não permitindo, em momento algum, que sua obra possa se reduzir a apenas uma confidência equívoca de sentimentos mantidos secretos pelo pudor feminino. Verdade da própria experiência e fantasia unem-se para gerarem poesias de primeira grandeza como nenhuma outra representante do sexo feminino o fez, na Literatura Portuguesa.
Alguns estudiosos dizem que Florbela Espanca foi apaixonada por seu irmão e que por isso não conseguiu ser feliz em nenhum de seus casamentos, da numerosa correspondência que a poetisa nos deixou, fica-nos a ideia de que o grande amor da sua vida era o irmão. Numa das cartas que lhe escreveu, Florbela diz: "Peço-te que te lembres que sem ti não posso ser feliz nunca mais". Em 6 de Junho de 1927, Apeles Espanca morre, quando o avião em que seguia se despenha nas águas do Tejo. A partir daí, a poetisa já não voltou a ser o que era. Numa carta que escreve ao pai, desabafa: "Não me sinto nada bem e estou magríssima... Estou uma velha cheia de cabelos brancos e sem vontade para nada". Em Agosto de 1928, cerca de um ano depois da morte do irmão, Florbela Espanca tenta suicidar-se. Segue-se uma segunda tentativa de suicídio em Novembro de 1930. No dia 8 de Dezembro desse mesmo ano, no dia do seu aniversário, foi encontrada morta num quarto em Matosinhos. Debaixo do colchão foram encontrados dois frascos de Veronal, ou seja do fármaco que tomava para conseguir dormir.

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